Clint Eastwood volta, aos 79 anos e depois de uma paragem de quatro sobre o Billion Dollar Baby, a realizar, produzir e interpretar um filme que, do meu ponto de vista pessoal, é uma das suas melhores obras. A coadjuvá-lo tem dois dos seus filhos Scot e Kyle. A história é duma imensa simplicidade e talvez resida aí a sua grande força. Walt Kovalsky é um veterano da guerra da Coreia, de origem polaca, aposentado da Ford, que perdeu recentemente a mulher. Vive sozinho com a sua cadela Daisy – uma Labrador Retriever -, tem mau feitio e os filhos praticamente ignoram-no, porque desejam interná-lo num lar para idosos.
Duro e de difícil relacionamento, vive num bairro onde antes havia uma classe média de trabalhadores brancos, mas que agora é dominado por asiáticos pobres e gangues violentos.
É neste contexto que Walt vai aprender aquilo que a vida, antes, parece não lhe ter ensinado: que todos somos seres humanos que precisamos uns dos outros, independentemente da raça, do credo ou da forma de vida.
É também um filme sobre a solidão, a honra, a fidelidade aos valores em que acreditamos e às marcas que a guerra deixa naqueles que para ela vão. E é, não haja qualquer dúvida, um hino ao amor do próximo!
Helena Sacadura Cabral
Lisboa, 24 de Setembro de 2009
Helena Sacadura Cabral apresenta GRAN TORINO, de Clint Eastwood, na Casa de Camilo (dia 30 de Outubro, às 21h30)
Outubro 27, 2009 por casadecamilo
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