«Meu querido amigo
[…] Lisboa! Porque me está V. Ex.ª gabando Lisboa! A água é má; os laranjais do Tejo não sobrepujam em perfumarias os escoadouros marginais; a imprensa são pântanos; os escaravelhos literários querem à força que lhes cheiremos a maçã. Como hei-de almejar ver-me aí entre cafres que desembestam (ficando eles sempre bestas) as suas azagalas até ao santuário em que V. Ex.ª trabalha para nos ensinar e honrar! Fora burros! Deixe-me V. Ex.ª cuidar que no Porto há mais ladrões e menos bestas. Nos primeiros há de bom sequer o silêncio da ignorância conscienciosa.
(Carta de Camilo a António Feliciano de Castilho)
Lisboa
Fevereiro 18, 2010 por casadecamilo
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