«Em 1841, Camilo transferiu-se para Ribeira de Pena, onde obteve o lugar de escrevente de notário; pôde, assim, manter até 1842 a rica e fecunda cadência de episódios vividos nas serras de além-Marão que, gravados no mais fundo da sua memória, aí deixaram farta matéria para o melhor da sua futura criação ficcional. Nas margens do Tâmega adquiriu razoáveis conhecimentos de latim com o P.e Manuel da Lixa, enquanto ía auferindo o seu modesto vencimento; participaria activamente em divertimentos populares, quer instruido os aldeãos de Friúme nas práticas do jogo do galo, quer esboçando e ensaiando entremezes ou versejando para descantes; e não tardaria em dar satisfação ao seu gosto pela boémia, pelo jogo e pelas aventuras amorosas, na companhia do P.e Domingos, pároco local, e do boticário Macário Afonso, mestre de gamão e damas.
Mas o acontecimento mais marcante da permanência de Camilo por aquelas terras seria o seu casamento na Igreja de Salvador com Joaquina Pereira de França, uma jovem de apenas 15 anos, que logo abandonaria com uma filha no ventre para não mais voltar a vê-la, mas cuja memória, apesar de tudo, não estaria ausente da concepção de personagens como Josefa, Mariana ou Tomasia» (In Viajar com… Camilo Castelo Branco).
Para fazer um Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena:
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