«Minhas Senhoras, VV. Ex.as não imaginam como suas mães foram amadas! Nós éramos românticos. Não tínhamos mais dinheiro que estes bancos rotos de hoje em dia; mas tínhamos papéis que valiam mais que eles: eram sonetos. Estes sonetos é possível que não fossem muito boas acções; mas não enganavam tantas famílias como as bancárias. Um rapaz com seis pintos, uma lira de pinho de Flandres e alguns suspiros, fazia conquistas de lágrimas: e quando ele passava, envolto na capote e no mistério, alta noite, a olhar para os terceiros andares, fazia desmaios de amor. Sei de casos lacrimáveis, que hoje fazem sorrir a geração nova, que nasceu com a alma oxidada como um pataco de D. João VI.»
(In A viúva do enforcado)
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