Houve tempo em que, todas as noites, em São Miguel de Seide, se jogava o solo. Quatro parceiros eram certos: Ana Plácido, o filho Nuno, o ator Dias e o abade de Jesufrei. Camilo não jogava. Sentava-se junto de Ana Plácido e ia seguindo o jogo e a discussão entre os parceiros. De quando em quando, no decorrer das vazas, sorria e soltava uma ironia. Uma noite, o abade insistia com o romancista para que jogasse, ao menos, uma partida.
– Não, abade, não…
– Pois desculpe V. Ex.ª que lhe diga, uma partidinha não é pecado, e entretém…
– Oiça, abade, – objetou Camilo – jogo, só com batota. E se eu gostasse de jogar com batota, jogava na política!
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