José da Fonseca e Costa (Caala, Huambo, 27 de Junho de 1933)
Cineasta português, um dos pioneiros em Portugal do movimento do Novo Cinema.
A viver em Lisboa desde 1945, frequenta o Curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1951/1955), que não termina para se dedicar às actividades cinematográficas.
Membro da direcção do Cineclube Imagem, faz crítica de Cinema nas revistas Imagem e Seara Nova. Traduz para português livros de teoria cinematográfica da autoria de Eisenstein, Guido Aristarco e alguns romances, entre eles, Il Compagno de Cesare Pavese e Passione di Rosa de Alba de Cespedes.
Concorrente ao lugar de assistente de realização da RTP (à data da sua fundação, 1958) é impedido de entrar nos quadros da empresa por interferência da PIDE, embora fique classificado em primeiro lugar. Em 1960 é lhe recusada uma bolsa de estudo, solicitada ao Fundo do Cinema Nacional, para freqüência de um curso de cinema no estrangeiro, novamente por informação da PIDE, em cujas prisões é encarcerado por actividades de oposição política à ditadura.
Inicia a sua formação profissional estagiando em Itália, por volta de 1961, onde trabalha com Michelangelo Antonioni no filme L’Eclisse (O Eclipse).
De regresso a Portugal, em 1964, produz e dirige centenas de filmes publicitários e alguns documentários industriais e turísticos, actividade que interrompe a partir dos anos 70, quando dirige o seu primeiro filme de ficção (A Metafísica do Chocolate, 1967). É um dos cineastas do movimento do Novo Cinema em Portugal. Seguem-se O Recado (1972), Os Demónios de Alcácer Quibir (1977) e Kilas, o Mau da Fita (1981).
Depois de Cinco Dias, Cinco Noites (1996), filme premiado no Festival de Gramado, nos Globos de Ouro em Portugal e seleccionado para o Montreal World Film Festival, Fonseca e Costa assinou ainda O Fascínio (2003) e Viúva Rica Solteira Não Fica (2006).
Em 2009 estreou no Cinema São Jorge, em Lisboa, o seu mais recente filme “Os Mistérios de Lisboa” ou “What the Tourist Should See”, adaptado do guia turístico escrito por Fernando Pessoa em 1925.
Foi sócio-fundador e dirigente, nos anos 60, do Centro Português de Cinema, e, mais recentemente, da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais, de cuja primeira Direcção foi presidente. Foi eleito Vogal e, depois, Presidente do Conselho de Administração da Tobis Portuguesa, entre 1992 e 1996. Foi nomeado, em 1998, para representar o Ministério da Economia no recém-criado Conselho Superior do Cinema, do Audiovisual e do Multimédia, onde nunca chegou a exercer funções.
Foi eleito para o Conselho de Opinião da RTP em sessão da Assembleia da República realizada a 2 de Novembro de 2000.
Neste momento, dedica a sua actividade ao ensino universitário de disciplinas cinematográficas, à escrita de crónicas jornalísticas e de argumentos dos seus filmes.
De olhos bem fechados ( de Stanley Kubrick)
O último e arrojado filme de Stanley Kubrick é uma viagem revigorante psico-sexual, uma história de suspense fascinante e um marco nas carreiras de Tom Cruise e Nicole Kidman. Cruise interpreta um médico que mergulha numa aventura erótica após a confissão da esposa (Nicole Kidman) sobre os seus desejos sexuais. Mas esta aventura ameaça o seu casamento – e pode fazê-lo envolver-se inadvertidamente num mistério de homicídio. À medida que a história oscila da dúvida e do medo para a auto-descoberta e a reconciliação, Kubrick mostra ser o maestro de um perfeito renascimento. Cenas impregnadas de graça, cores ricas, imagens que nos deixam boquiabertos. Traços de coragem que tornam Kubrick o realizador de todos os tempos – traços que nos vão deixar de olhos bem abertos.