«O terror tem sido, algumas vezes, o mais avisado conselheiro nas angústias.»
(In Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado)
Posts Tagged ‘As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado’
Pensamento da semana
Posted in Pensamento da semana, tagged angústia, As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, conselheiro, terror on Setembro 29, 2019| Leave a Comment »
Pensamento da semana
Posted in Pensamento da semana, tagged amor, As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, homens, igualar on Dezembro 22, 2013| Leave a Comment »
«O amor iguala todos os homens…»
(In As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado)
Com comendas e bolos se enganam os tolos
Posted in Extratos da obra, tagged As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado on Fevereiro 9, 2012| Leave a Comment »
“…Vários amigos meus lhe chamaram em letra redonda a flor da mocidade portuense; e eu mesmo, dando a nova funesta da queda, chamei-lhe inteligente; mas como na oração havia dois agentes, ele um, e o cavalo outro, o público fez-me o favor de duvidar se eu chamava inteligente o cavalo, ou o Basílio.
Saiu à rua o ilustre convalescente, e foi de carruagem pagar a visita a Manuel José Borges, que duas vezes o visitara, em companhia de D. Custódia.
Etelvina, segundo o despachante disse em particular a Basílio, desde a fatal queda, nunca mais foi boa! O sobressalto, o desgosto, e o receio de que alguma entranha se deslocasse no interior do seu companheiro de infância, adoentaram-na até cair de cama, e ter febre.
Isto era mentira.
Feia traça aquela a que um pai se prestava, demais a mais aconselhando-a! Baixo sentir o de uma menina de dezanove anos, que quer realçar méritos com embustes e imposturas nauseabundas!
Engoliu a arara o palerma. Palerma, digo eu!
Quantas engoli eu assim! Quantas tem engolido o leitor! Quantas engoliremos até que a sepultura nos engula!…
E chorou o pobre tolo, quando tal ouviu! Ora, digam-me se não está uma bela alma naquele corpo, e grande alma talvez naquela grande cabeça, onde graves psicologistas dizem que ela se aloja!”
( In As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado)
Pensamento da semana
Posted in Pensamento da semana, tagged As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, mulheres on Novembro 6, 2011| Leave a Comment »
«As mulheres fazem tudo de si para fazerem o que querem de nós»
(In Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado)
Noites de Insónia com “As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado”, dia 21 de setembro, às 21h30m, na Casa de Camilo
Posted in Noites de Insónia, tagged As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, Comunidade de Leitores, Noites de Insónia on Setembro 19, 2011| Leave a Comment »
A Comunidade de Leitores da Casa de Camilo pretende ser um grupo de pessoas que partilharão informação sobre a vida e a obra de Camilo Castelo Branco, podendo assim alargar os seus conhecimentos.
“AS AVENTURAS DE BASÍLIO FERNANDES ENXERTADO”
Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, 1863
Basílio Fernandes Enxertado é o protagonista de uma história de aventuras desventuradas que começa por apresentá-lo como alvo do riso de todos e que acaba por recuperá-lo e transformá-lo através do amor e do sofrimento amoroso.
Herdeiro de uma fortuna laboriosamente conseguida pelos pais, começa uma vida de estroina, no decurso da qual reencontra Etelvina, amiga de infância, por quem se apaixona. Após atribulações e leviandades de ambos, a vida condu-los, finalmente, à reconversão moral e à felicidade a dois.
Nasce o herói. A cabeça e as espertezas do mesmo
Posted in Extratos da obra, tagged As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, cabeça, Torre dos Clérigos on Setembro 13, 2011| Leave a Comment »
Basílio foi o primogénito e único. Nascera muito gordo e extraordinariamente volumoso. Tinha a cabeça igual ao restante corpo, e uns pés dignos pedestais do capitel da irregular coluna. Enquanto ao tamanho da cabeça, foi este o motivo para muitas alegrias na casa; no parecer daquela mãe ditosa, a grandeza da cabeça era sinal de juízo, e o tamanho das orelhas correlativas sinal de bom coração. O pai, como não tinha ideias suas acerca de orelhas, abundava nas de sua mulher, posto que de via certa soubesse que um mau vizinho da porta dissera que o seu Basílio era aleijado, e sairia com orelhas de burro, se se demorasse mais de três meses no ventre materno.
… José Fernandes, como o filho tivesse oito anos bem espigados, comprou-lhe um A B C, e foi levá-lo à escola. Era a cabeça de Basílio, no dizer do mestre, muito mais dura, e tapada, e maior que a bola de pedra da torre dos Clérigos. Ao cabo de três meses, Basílio já conhecia um o e um i; mas, se tirassem o ponto ao i, chamava-lhe o. O mestre seguia o sistema da pancadaria, sistema o mais racional de todos com cabeças daquele feitio.
(In As aventuras de Basílio Fernandes Enxertado)