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Posts Tagged ‘Ecos humorísticos do Minho’


«…pretende-se, se não me engano, patrocinar os garotos que entoam no Porto, as cantigas da noite de Natal.»
(In Ecos Humorísticos do Minho)

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«Desde, que é o nacional, tenho eu muitíssimo, com um grande patriotismo; e, à míngua doutra revelação autonómica, sou pródigo dele no Primeiro de Dezembro…»
(In Ecos humorísticos do Minho)

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«O bombo, que começou a morrer desde que por escárnio o crismaram em Zé-Pereira, é já raro ouvir-se nas alvoradas de verão festejando os mordomos das festas, e rolando ao longe os rufos das suas caixas nas quebradas sonorosas dos montes. Isto fazia uma alegria incomparável; chamava os corações que estremeciam alvoroçados, havia muito amor naqueles dias de festa, as moças saltavam dos combros aos caminhos suspensas na roda das saias; os rapazes esperavam-na zangarreando nos cavaquinhos, e lá iam de rancho, num saracoteio de nalgas tão inocente como as estátuas nuas, e com mais alguma sensibilidade que elas, quando as beliscavam nas polpas.
Polpas, inocência, bombo, cavaquinho, tudo passou.»
(In Ecos humorísticos do Minho)

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«As romarias desta região mais idólatra da Europa vão decaindo. Anos de pouco vinho, por via da regra, são anos de pouca devoção. As almas enchiam-se de fé, ao passo que as pipas se enchiam de ar.»
(In Ecos Humorísticos do Minho)

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«Depois, na Páscoa, tornam a cevar-se em cabeça de porco, pelo facto de Jesus ter ressuscitado, e assim vão comendo as suas vitualhas e mais os dogmas da sua religião.»
(In Ecos Humorísticos do Minho)

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«O revólver e a navalha são as armas mais frequentes dos camponeses do Minho. Já não usam o forte pau de carvalho ou lódão argolado. Em terras de Barroso ainda não penetrou alguma das armas dos cobardes. O Barrosão, quando quer bater ou evitar que lhe batam, estona um esgalho de cerquinho ou de marmeleiro, põe-o de molho três dias e três noites em um poça e depois…»
(In Ecos Humorísticos do Minho)

 

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«…Depois, o mulherio e os rapazes saem, quentes e refratários ao gelo de 24 de dezembro, a cantar por portas o nascimento do filho de Deus.»
(In Ecos humorísticos do Minho)

 

 

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Os rapazes já escaldam as pinhas para lhes descelularem os pinhões, que hão-de jogar e comer na noite de Natal. Nas hortas medram as viçosas couves galegas, cujos os olhos hão-de ser cozidos com o farto bacalhau naquela noite almejada.
A alegria não preluz a esta gente pelo aniversário do Redentor; é pelo aniversário do vinho quente, da aletria e dos mexidos: – uma barrigada que vale bem a comemoração dum Deus que se fez homem para dar a estes operários a dignidade que lhes permite comerem as suas rabanadas debaixo do seu tecto colmado. Eles não sabem nada disso. Entendem que o facto do nascimento de Jesus está teologicamente e socialmente explicado pela indigestão das hortaliças abeberadas em azeite.
(In Ecos humorísticos do Minho)

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«Enquanto aos actores se dão hábitos de S. Tiago, aos escritores apenas lhes é permitido, se os herdeiros pagarem, o hábito de S. Francisco.»
(In Ecos humorísticos do Minho)

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