
«O bombo, que começou a morrer desde que por escárnio o crismaram em Zé-Pereira, é já raro ouvir-se nas alvoradas de verão festejando os mordomos das festas, e rolando ao longe os rufos das suas caixas nas quebradas sonorosas dos montes. Isto fazia uma alegria incomparável; chamava os corações que estremeciam alvoroçados, havia muito amor naqueles dias de festa, as moças saltavam dos combros aos caminhos suspensas na roda das saias; os rapazes esperavam-na zangarreando nos cavaquinhos, e lá iam de rancho, num saracoteio de nalgas tão inocente como as estátuas nuas, e com mais alguma sensibilidade que elas, quando as beliscavam nas polpas.
Polpas, inocência, bombo, cavaquinho, tudo passou.»
(In Ecos humorísticos do Minho)