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Posts Tagged ‘Livraria Lello & Irmãos’

Admirada e fotografada como uma verdadeira obra de arte, é das raras livrarias independentes que sobrevivem no Porto.

Livraria? Mas por que razão se vê tanta gente, das sete partidas do mundo, a fotografar o seu interior, tanta gente em pose na enigmática escadaria vermelha? Não é um museu, é mesmo a casa dos livros. Ou, se se quiser, uma das raras livrarias “independentes” a resistir na cidade do Porto. A beleza do espaço ajuda, cativa, surpreende, transporta-nos para um pacato mundo de palavras. A arte de remar contra a maré, no encrespado mercado livreiro português, também: e assim, mais de um século depois, a Lello mantém a porta aberta.
O jornal inglês The Guardian chamou-lhe “divina” e, na lista das mais belas livrarias do mundo, pô-la na terceira posição, atrás da Boeklandel Selexyz, na Holanda, e El Ateneo, em Buenos Aires. Mas as duas primeiras são espaços com história, transformados em casa de livros: a considerada mais bonita, por exemplo, ocupa uma antiga igreja da cidade de Maastricht. A Lello foi construída de raiz, para livraria, no topo da Rua das Carmelitas.
Em Janeiro de 1906, a abertura da casa “dos srs. Lello & Irmão”, herdeira da não menos famosa Livraria Chardron (editor de Camilo Castelo Branco), é um vistoso acontecimento cultural na cidade do Norte. Um verdadeiro desfile de homens das letras, das artes e da política pela Baixa portuense. A nova livraria – e, na altura, também editora – juntava, entre muitos outros, figuras como Guerra Junqueiro, José Leite de Vasconcelos, Afonso Costa, Aurélio da Paz dos Reis, João Oliveira Ramos.
“Com extraordinária actividade no seu ramo de comércio, de sobejo conhecida em Portugal, e no Brasil, em África e no estrangeiro”, sublinhava o Jornal de Notícias no dia da inauguração, um século depois, a família Lello continua ainda ligada à casa que fundou. José Manuel Lello é um dos três accionistas da sociedade Prólogo que, desde o ano 1994, imprime uma nova dinâmica à tradicional livraria.
O rosto visível da Lello, agora, é Antero Braga, livreiro há 42 anos. Trocou a direcção de Bertrand, em Lisboa, para revivificar um dos símbolos portuenses que definhava, tal como a parte da cidade onde se encontra. Em 1994 o espaço sofreu obras de restauro, mantendo o desenho original, e foi aberto o segundo piso ao público.
Fonte: Francisco Mangas, Diário de Notícias

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13 de Março de 2009 foi o dia escolhido pela Universidade Sénior de Famalicão para a realização de uma viagem de estudo ao Porto, a fim de aprofundar os seus conhecimentos sobre a vida e obra de Camilo Castelo Branco nessa cidade.
Camilo nasceu em Lisboa no dia 16/03/1825 e faleceu em S. Miguel de Seide em 01/06/1890, tendo deixado cerca de centena e meia de obras escritas, sendo que, muitas delas, se referem ao Porto.
Famalicão ainda mal tinha iniciado o seu labor diário – eram 08H50 – e a comitiva constituída por sete dezenas de alunos da nossa universidade, professores, funcionária e o Dr. José Manuel Oliveira, Técnico Superior do Centro de Estudos Camilianos de V. N. de Famalicão, partiam em busca dessa cultura.
Já muito perto das 10H00, o grupo dava entrada no antigo edifício da Cadeia e Tribunal da Relação do Porto onde Camilo Castelo Branco esteve preso.
Este edifício, hoje recuperado e alterado, funciona como museu e, portanto, já não é utilizado nas suas antigas funções de tribunal e cadeia. No entanto, mantém a sua traça e facilmente se nota, principalmente nas grades de ferro, a sua função de cadeia, com suas enxovias no primeiro piso, aposentos no segundo e celas individuais no terceiro.
Foi no terceiro piso que Camilo esteve preso numa cela que dava, nas traseiras, para a Igreja do Bonfim.
No segundo piso, visitámos a sala de audiências do Tribunal da Relação do Porto; enorme, de pé direito a rondar os dez metros, e sumptuosa.
Uma fotografia de todo o grupo à entrada do edifício encerrou a visita, sempre bem comentada pela Dr.ª Sónia, nossa guia no edifício e complementada pelo Dr. Oliveira em tudo que se referia ao escritor.
Daí fomos a pé, cerca de 300 metros, até à Livraria Lello & Irmão, onde chegamos por voltas das 11H45.
À entrada fomos recebidos e cumprimentados pela Senhora D. Fernanda Costa, Presidente da USF, acompanhada pelo marido, o senhor arquitecto Armindo Costa, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que nos acompanharam na visita breve a esta livraria, muito ligada a Camilo Castelo Branco.
Terminada a visita, o grupo dirigiu-se, nos dois autocarros que o trouxe de Famalicão, à Fundação de Serralves, onde, no seu restaurante, lhe foi servido o almoço que se prolongou até às 15H00 num convívio ameno e agradável.
Retomado o roteiro estabelecido percorremos, lentamente, toda a orla costeira desde o Castelo do Queijo até à ponte de D.Luís, que atravessamos para o margem esquerda do rio Douro, parando em frente às caves do Vinho do Porto da Sandeman.
Durante este trajecto o Dr. Oliveira foi explicando que Camilo também o percorria aquando da sua prisão por virtude de uma autorização especial que lhe havia sido concedida e, tudo indica, foi aqui, na Ribeira, que se inspirou para o final de seu “Amor de Perdição”, “pondo” a Teresa no convento de Monchique de onde tinha uma visão privilegiada da saída do barco que levaria o amado Simão para a Índia.
Mais uma foto do grupo, de costas para o Porto, e, às 17H00, iniciou-se o regresso à nossa cidade de Vila Nova de Famalicão onde, sem “azares” do dia treze, chegámos bem.
Abílio Ferreira Alves
Aluno da USF

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