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Posts Tagged ‘Manuel Sobrinho Simões’

A Casa de Camilo, em São Miguel de Seide, vai iniciar, este mês, um novo programa de cinema intitulado “Fitas de Animatógrafo em São Miguel de Seide”, que decorrerá durante o primeiro semestre de 2020 e que será dinamizado por Manuel Sobrinho Simões, António Roma-Torres, Júlio Machado Vaz e José Manuel de Oliveira.

O objetivo do grupo dinamizador é proporcionar a reflexão e debate informal em torno da pluralidade de leituras, sentidos e verdades que o cinema suscita ao público em geral. Cada sessão contará com a presença de personalidades em evidência nos mais diversos quadrantes da vida e da cultura portuguesas, que escolhem e comentam um filme que considerem numa perspetiva especial, quer pela riqueza da sua síntese dos percursos da existência humana, quer pela qualidade estética inerente.

A primeira sessão decorre já no próximo dia 13 de março, pelas 21h30, no auditório do Centro de Estudos Camilianos, em São Miguel de Seide. A dinamização estará a cargo de Manuel Sobrinho Simões, que traz como convidada a prestigiada atriz Rita Blanco.

A fita a comentar, após a respetiva exibição, será Fátima, do realizador João Canijo, e conta a história de um grupo de onze mulheres quem, em maio de 2016, parte de Vinhais, Trás-os-Montes, em peregrinação ao santuário de Fátima. Ao longo de nove dias e quatrocentos quilómetros, atravessam meio país em esforço e sacrifício para cumprir as suas promessas. O cansaço e o sofrimento extremos levam-nas a momentos de rutura. Revelam-se então as suas identidades e motivações mais profundas. Chegadas a Fátima, cada uma terá que reencontrar o seu próprio caminho para a redenção.

 

As próximas sessões de “Fitas de Animatógrafo” decorrerão a 17 de abril, 22 de maio e 5 de junho, e contarão, respetivamente, com as presenças de António Roma-Torres, de Francisco José Viegas e de Laborinho Lúcio.

 

A entrada é livre, devendo, porém, efetuar-se a reserva de bilhetes através do número de telefone 252309750 ou do endereço eletrónico geral@camilocastelobranco.org

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A escolha do par “Mancha humana” para este exercício reflecte muito mais o gosto que senti ao ler o livro do que um juízo positivo sobre o filme a que ele deu origem. Isto é, gostei muito, mas mesmo muito do livro e, tal como me acontece quase sempre em circunstâncias semelhantes, não apreciei particularmente o filme embora também não possa dizer à
la lusitana que haja sido “uma grande desilusão”.
Estou acompanhado nesta apreciação pelo autor que já mais do que uma vez referiu considerar Human Stain uma das suas melhores obras, em contraste com a classificação de “fraquinho” que atribuiu ao filme. Philip Roth costuma dizer, aliás, que depois do “Goodbye, Columbus” nenhum dos outros filmes feitos a partir dos seus livros atingiu um nível aceitável. Existe assim uma aparente consonância entre escritor e leitor entusiasmado/espectador decepcionado. Não tenho conhecimentos suficientes para discutir as razões desta frequente dissociação para além das habituais generalidades: nível das expectativas, diferenças artísticas, factor surpresa, variabilidade narrativa, “tempos” diferentes, …
Gostei (e continuo a gostar) da maioria dos livros de Philip Roth que li embora confesse que me irrita sempre um bocado aquela certeza de que seja qual for a história ela andará à volta de um jovem judeu nascido na Newark dos anos pós-depressão e/ou do adulto que lhe sucedeu e que Nathan Zuckerman epitomiza desta vez como o narrador-amigo-do-protagonista. Mais recentemente, a tonalidade autobiográfica do jovem judeu heterodoxo entretanto envelhecido tem-nos arrastado com uma violência quase-machista para os problemas da terceira idade que o afligem.
As contrário dos outros livros a Mancha Humana passa-se no presente, num dos períodos mais marcantes da minha geração – a América do fim dos anos noventa – e sem deixar de ser povoado pelos fantasmas habituais do autor, dá vários passos em frente. De entre eles salientaria os que mais influenciaram a minha escolha: uma narrativa exemplar dos EUA e das suas gentes, a raça e o racismo, o politicamente correcto, e a organização do poder, seja académico ou outro. Alguns deles afloram no filme, infelizmente de forma bastante menos conseguida do que no livro.
Porto, 19 de Novembro de 2009
Manuel Sobrinho Simões

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No próximo dia 27 de Novembro, pelas 21h30, a Casa de Camilo recebe Manuel Sobrinho Simões, um dos cientistas portugueses mais conhecidos fora da comunidade científica. Director do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, é um dos maiores especialistas mundiais em cancro da tiróide.
Sobrinho Simões é o convidado da iniciativa “Um Livro, Um Filme”, que decorre nas últimas sexta-feiras de cada mês e tem como objectivo a apresentação de um filme que tenha um significado especial para o convidado e que preferencialmente seja adaptado de uma obra literária.
Neste âmbito, “Culpa Humana” de Robert Benton, com Anthony Hopkins e Nicole Kidman, é o filme escolhido por Sobrinho Simões. Baseado no excelente romance de Philip Roth “A Mancha Humana”, a película é uma viagem pela ambição, individualismo, fraude e nostalgia do amor, que ensaia as regras da identidade e independência, raça e preconceito, brutalidade e ternura ao estilo americano.

Manuel SOBRINHO SIMÕES

Nasceu no Porto em 8 de Setembro de 1947. Licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) em 1971 e doutorou-se nessa Faculdade, em 1978, com uma Tese sobre Cancro da Tiróide. Fez o pós-doutoramento em 1979/80 em Oslo, no Instituto de Cancro da Noruega. É, desde 1990, Professor Associado de Patologia e Biologia Celular da Faculdade de Medicina da Thomas Jefferson University, Filadélfia, E.U.A. Preside desde a sua fundação, ao Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto. Organizou e dirigiu o Mestrado de Oncobiologia da FMUP de 1990 a 1996 e co-coordena desde essa data o Programa Doutoral em Biomedicina da U. Porto (Programa GABBA). Co-organizou e dirige o Programa Doutoral em Medicina e Oncologia Molecular da U.Porto. Foi co-autor de mais de 300 publicações científicas em revistas internacionais de patologia humana e oncologia e de 24 livros e capítulos de livros que deram origem a mais de 6000 citações. Pertence ao Comité Editorial de 13 revistas internacionais de Patologia, Oncologia e Endocrinologia. Presidiu à Sociedade Europeia de Patologia (SEP) de 1999 a 2001, depois de ter sido Secretário-Geral de 89 a 97. É membro Honorário de várias Academias e Sociedades Científicas Europeias, Americanas e Asiáticas. Prémio Bordalo Ciência – 1996, Prémio Seiva – 2002 e Prémio Pessoa – 2002. Medalha de Ouro de Arouca e Porto e Medalha de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa e da Ordem dos Médicos; Grande Cavaleiro da Ordem Real da Noruega e Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Actualmente é Professor Catedrático na FMUP, Chefe de Serviço no Hospital de S. João, Director do IPATIMUP e Vice-Presidente da Direcção do Health Cluster Portugal.
Gabinete de Imprensa da
Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
19 de Novembro de 2009

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