
Numa noite que se pretendia o mais realista possível à do cego de Landim, o cenário foi o mais próximo do da época e até a luz ténue quase nos cegou a todos, à comunidade de leitores de Camilo Castelo Branco. No local mais apropriado, por ser perto da casa onde viveu o “ cego”, no adro da capela de Landim, estes saudáveis morcegos, esbugalharam as pupilas e leram… leram… leram… trechos da obra camiliana: O cego de Landim, englobado nas “Novelas do Minho”, das edições de Caixotim, à venda na Casa de Camilo.
De livro em punho, olhos na leitura – e ao alto, na esperança de ver a lua – assim decorreu mais uma Noite de Insónias, animada pelos trechos de leitura espirituosa que Camilo muito empresta a esta novela. Quase diríamos que, se houvera tempo, teríamos lido, ali, sentados no murinho que cerca a capela, todos os quinze capítulos mais a conclusão, tal foi o entusiasmo por tão deliciosa escrita.
O vinho do Porto oferecido pela Casa de Camilo, mais os bolos que vão sendo, rotativamente, uma oferta dos leitores presentes, faz sempre com que se termine em alegre cavaqueira e risota, quando não acaba em “verso” – como foi o caso dessa noite, onde alguns brindaram com poesia e graça a noite escura.
Prof. Lucília Ramos
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