«Faz-me grandes saudades a Coimbra de 45 e 46, em que eu por ali estraguei duas batinas. A Maria Camelo era então uma gentil rapariga a quem eu desfechava frases sentimentais, mas, sobre a matéria, incombustível. Ela foi a salamandra dos vulcões líricos que então flamejavam em Coimbra. Ouvia-se com um sorriso afetuoso, enquanto eu me saturava do fósforo dos seus linguados e das suas tainhas. Volvidos 34 anos, quando meus filhos lá iam cear, ela disse-lhes:
– Seu pai sentou-se aí nessa mesa muitas vezes. Não se esquecera do meu nome. Como isto é triste… quando se sente o coração vivo nas ruínas do corpo!»