“Saímos para a romaria, não menos alegres que o populacho que enchia a estrada.
Comunicavam-nos a sua alegria de bailadeiras incansáveis, com o vestido arregaçado a meia perna, e os garridos lenços soltos ao capricho das evoluções lúbricas da Sirandinha e Cana verde. Chasqueávamos os carroções, tirados por parelhas de gemebundos bois, costa acima por aqueles algares de Vila Nova de Gaia, a trasbordarem cabeças de numerosíssimas famílias que se empilhavam, sabe Deus como.
Aproveitamos o ridículo de tudo, e até do sério tirávamos o sal que a nossa alegre imaginação lhe emprestava.”
(In Duas horas de leitura)