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Posts Tagged ‘Um Livro’

«Esses, do mundo que sondem

Os mil segredos daqui…

Não sabem, não, que delícias

Deus reserva aos desgraçados,

Se lhes dá ermos e prados

A vicejar e florir,

A noite e o luar, e a fonte,

Selva escura e horizonte

Que ensina a amar e sentir.»

(In Um livro)

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O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Arq. Armindo Costa, vem dar conhecimento a V. Ex.ª de que, por motivos alheios ao Município, foi alterada a data da sessão de “Um Livro, um Filme” agendada para a próxima sexta-feira.
Devido a esta circunstância, convida-se V. Ex.ª a assistir à exibição do filme “Luzes da Ribalta”, de Charles Chaplin, que se realizará no dia 2 de novembro (sexta-feira), pelas 21h30, no auditório da Casa de Camilo – Centro de Estudos, em S. Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, data em que contaremos com a presença do Maestro António Vitorino de Almeida.

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«A sociedade absolve as infâmias do rico»
(In Um livro)

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Vivi por agras montanhas
onde a torva natureza
não tem galas nem poesia;
onde é triste a Primavera,
sem aromas nem verdores;
onde o sol calcina a rocha
e não deixa ao prado flores;
onde o Inverno se contorce
em vulcões de ventania,
e, ruindo sobre a espalda
daquelas serras cinzentas
onde a custo alveja o dia,
com bramido pavoroso,
génio infernal das tormentas.
Dei uns longes de agonia
da terra ao nada volvida.
E vim das margens do Tejo
na aurora da minha vida
desterrado para ali.
(In Um Livro)

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O Ensaísta e Humanista Professor Doutor Eduardo Lourenço é o convidado da sessão de Fevereiro do ciclo “Um Livro, Um Filme”, agendada para o próximo dia 23 (4.ª Feira), pelas 21h30, e promovida pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, através da Casa de Camilo, no auditório do Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide.

Justamente reconhecido como um dos mais prestigiados e notáveis intelectuais portugueses dos séculos XX e XXI, o Professor Doutor Eduardo Lourenço, escolheu como ponto de partida dos seus comentários a película “Deus Sabe Quanto Amei”, de Vincente Minnelli (EUA, 1958), com Frank Sinatra e Shirley MacLaine nos principais papéis.

Depois de o convidado explicar as razões que presidiram à escolha do filme, as luzes apagar-se-ão para dar lugar à exibição de ” Deus Sabe Quanto Amei “, seguindo-se um período de diálogo com a plateia.

As sessões do ciclo “Um Livro, Um Filme” têm ocasionado todos os meses a vinda a Vila Nova de Famalicão de um conjunto de figuras conhecidas de vários sectores e quadrantes da sociedade portuguesa e permitido a exibição de filmes de grande qualidade, a sua grande maioria baseados em obras literárias.

A entrada é gratuita até ao limite da sala, que tem capacidade para 140 pessoas sentadas.

Contrariamente ao habitual, a sessão “Um Livro, Um Filme” de Fevereiro não se realiza na última sexta-feira do mês, mas na 4.ª Feira, dia 23, por compromissos de agenda do Professor Doutor Eduardo Lourenço. 

A película a exibir: «DEUS SABE QUANTO AMEI», de Vincente Minnelli

Baseado num romance de James Jones, «Deus Sabe Quanto Amei» parte de um dispositivo central em muitos filmes melodramáticos: o regresso de alguém às suas origens e o choque inevitável entre as memórias que se transportam e as evidências mais cruas do presente. Neste caso, Frank Sinatra é aquele que regressa, um soldado da Segunda Guerra Mundial face ao inalterado conservadorismo moral e social da sua pequena cidade. A sua inesperada ligação com uma mulher de vida incerta («the lady is a tramp»), «abaixo» daquilo que a sua condição social exige, está na base de uma teia de sentimentos que Minnelli vai administrando com o rigor de um sábio arqueólogo das paixões humanas. E oferece também a Shirley MacLaine uma das mais comoventes composições de toda a sua carreira. A presença do espantoso e minimalista Dean Martin, ao lado de Sinatra, empresta ao filme a dimensão de «efeito colateral» da geração «rat pack», tanto mais que a música (assombrosa!) de Elmer Bernstein não deixa de conter algumas sugestões «jazzísticas», em nada estranhas ao «swing» de algumas das canções, tanto de um como de outro.

Convidados que já participaram no ciclo “Um Livro, Um Filme” e filmes exibidos:

Lídia Jorge, “A Insustentável Leveza do Ser”, de Philip Kaufman.

Carlos Brandão Lucas, “África Minha”, de Sidney Pollack.
D. Manuel Clemente, “Palavra e Utopia”, de Manoel de Oliveira.
José Pinto da Costa, “Million Dollar Baby”, de Clint Eastwood.
Daniel Serrão, “Eraserhead”, de David Lynch.
José Fonseca e Costa, “De Olhos Bem Fechados”, de Stanley Kubrick.
José Eduardo Agualusa, “O homem do ano”, de José Henrique Fonseca.
Manoel de Oliveira “O Dia do Desespero”, de Manoel de Oliveira.
Álvaro Siza Vieira, “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin.
José Carlos Vasconcelos, “O Delfim”, de Fernando Lopes.
José Manuel Mendes, “Este Mundo não é para Velhos”, de Ethan e Joel Cohen.
Hélder Pacheco, “O Dia Mais Longo”, de Ken Annakin, Andrew Marton, Bernhard Wicki e Darryl F. Zanuck.
Valter Hugo Mãe, “O Processo”, de Orson Welles.
Simone de Oliveira, “Mente brilhante”, de Ron Howard.
Dário Oliveira, “Debaixo do Vulcão”, de John Huston.
Helena Sacadura Cabral, “Gran Torino”, de Clint Eastwood.
Manuel Sobrinho Simões, “Culpa humana”, de Robert Benton.
Júlio Isidro, “Casablanca”, de Michael Curtiz.
Fernando Dacosta, “Sinais de Fogo”, de Luís Filipe Guerra.
Lauro António, “Manhã submersa”, de Lauro António.
Mário Dorminsky, “1984”, de Michael Radford.
António Lobo Xavier, “Match Point”, de Woody Allen.
Mário Zambujal, “Por Quem os Sinos Dobram”, de Sam Wood.
Manuel António Pina, “Fahrenheit 451”, de François Truffaut.
Carvalho da Silva, “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola.
Guilherme de Oliveira Martins, “A Palavra”, de Carl Th. Dreyer.
José Pacheco Pereira, “Blade Runner”, de Ridley Scott.
Mário Augusto, “As Vinhas da Ira”, de John Huston.
Jacinto Lucas Pires, “Fanny e Alexander”, de Ingmar Bergman.
Carlos Magno, “Blow Up”, de Michelangelo Antonioni.
Maria João Avillez, “O Leopardo”, de Luchino Visconti.
Luís Filipe Menezes, “O Nome da Rosa”, de Jean-Jacques Annaud.
António Pedro Vasconcelos, “A Leste do Paraíso”, de Elia Kazan.
Álvaro Costa, “L. A. Confidential”, de Curtis Hanson.
Júlio Machado Vaz, “Cyrano de Bergerac”, de Jean-Paul Rappeneau.
Mário Cláudio, “Morte em Veneza”, de Luchino Visconti.
Abílio Hernandez Cardoso, “Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman.
José Miguel Júdice, “As Pontes de Madison County”, de Clint Eastwood.
Pedro Mexia, “Gente de Dublin”, de John Huston.

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Convidado da sessão de Junho de “Um Livro, Um Filme”, o escritor angolano José Eduardo Agualusa comenta hoje, às 21h30, no auditório da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, o filme “O Homem do Ano”, de José Henrique Fonseca.

Convidado: José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de Dezembro de 1960.
Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa.
Publicou oito romances «A Conjura» (1988), «Estação das Chuvas» (1997), «Nação Crioula» (1998), «Um Estranho em Goa» (2000), «O Ano em que Zumbi Tomou o Rio» (2002), «O Vendedor de Passados» (2004), «As Mulheres do Meu Pai» (2007) e «Barroco Tropical» (2009). Publicou ainda três recolhas de contos, «Fronteiras Perdidas» (1999), «Catálogo de Sombras» (2003) e «Passageiros em Trânsito» (2006), um volume de poesia, «Coração dos Bosque» (1980), e três livros para crianças: «Estranhões e Bizarrocos» (2000, com ilustrações de Henrique Cayatte), «A Girafa que Comia Estrelas» (2005, com ilustrações de Henrique Cayatte) e «O Filho do Vento» (2006).
Publicou também, com os jornalistas Fernando Semedo e Elza Rocha, uma grande reportagem sobre a comunidade africana em Lisboa, com o título «Lisboa Africana» (1993).
Os seus livros estão traduzidos para mais de vinte línguas. O Vendedor de Passados está a ser adaptado para cinema pelo realizador brasileiro Lula Buarque de Holanda (Conspiração Filmes).
Escreveu três peças para teatro, «Geração W, Chovem Amores na Rua do Matador» (em conjunto com Mia Couto) e «Aquela Mulher» – um monólogo para Marília Gabriela.
Em 2006, criou no Rio de Janeiro a editora Língua Geral, com o objectivo de divulgar no Brasil autores de todos os territórios de língua portuguesa.
Em 2007, a tradução inglesa d’ «O Vendedor de Passados» foi distinguida com o Prémio Independent para a melhor ficção estrangeira.

Filme a Exibir: “O Homem do Ano” (2003)

Realização: José Henrique Fonseca
Adaptação: Rubem Fonseca, baseado no romance «Matador», de Patrícia Melo
Elenco:
Murilo Benício – Máiquel
Cláudia Abreu – Cledir
Natália Lage – Érica
Jorge Dória – Dr. Carvalho
Marcelo Biju – Neno
André Gonçalves – Galego
Lázaro Ramos – Marcão
Perfeito Fortuna – Robinson
Paulinho Moska – Enoque
Wagner Moura – Suel
André Barros – Marlênio
Carlo Mossy – Delegado Santana
Guil Silveira – Farmacêutico
Mariana Ximenes – Gabriela
Amir Haddad – Gonzaga
José Wilker – Sílvio
Agildo Ribeiro – Zilmar
Género: Drama
Idioma: Português

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 José da Fonseca e Costa (Caala, Huambo, 27 de Junho de 1933)
Cineasta português, um dos pioneiros em Portugal do movimento do Novo Cinema.

A viver em Lisboa desde 1945, frequenta o Curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1951/1955), que não termina para se dedicar às actividades cinematográficas.

Membro da direcção do Cineclube Imagem, faz crítica de Cinema nas revistas Imagem e Seara Nova. Traduz para português livros de teoria cinematográfica da autoria de Eisenstein, Guido Aristarco e alguns romances, entre eles, Il Compagno de Cesare Pavese e Passione di Rosa de Alba de Cespedes.

Concorrente ao lugar de assistente de realização da RTP (à data da sua fundação, 1958) é impedido de entrar nos quadros da empresa por interferência da PIDE, embora fique classificado em primeiro lugar. Em 1960 é lhe recusada uma bolsa de estudo, solicitada ao Fundo do Cinema Nacional, para freqüência de um curso de cinema no estrangeiro, novamente por informação da PIDE, em cujas prisões é encarcerado por actividades de oposição política à ditadura.

Inicia a sua formação profissional estagiando em Itália, por volta de 1961, onde trabalha com Michelangelo Antonioni no filme L’Eclisse (O Eclipse).

De regresso a Portugal, em 1964, produz e dirige centenas de filmes publicitários e alguns documentários industriais e turísticos, actividade que interrompe a partir dos anos 70, quando dirige o seu primeiro filme de ficção (A Metafísica do Chocolate, 1967). É um dos cineastas do movimento do Novo Cinema em Portugal. Seguem-se O Recado (1972), Os Demónios de Alcácer Quibir (1977) e Kilas, o Mau da Fita (1981).

Depois de Cinco Dias, Cinco Noites (1996), filme premiado no Festival de Gramado, nos Globos de Ouro em Portugal e seleccionado para o Montreal World Film Festival, Fonseca e Costa assinou ainda O Fascínio (2003) e Viúva Rica Solteira Não Fica (2006).

Em 2009 estreou no Cinema São Jorge, em Lisboa, o seu mais recente filme “Os Mistérios de Lisboa” ou “What the Tourist Should See”, adaptado do guia turístico escrito por Fernando Pessoa em 1925.

Foi sócio-fundador e dirigente, nos anos 60, do Centro Português de Cinema, e, mais recentemente, da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais, de cuja primeira Direcção foi presidente. Foi eleito Vogal e, depois, Presidente do Conselho de Administração da Tobis Portuguesa, entre 1992 e 1996. Foi nomeado, em 1998, para representar o Ministério da Economia no recém-criado Conselho Superior do Cinema, do Audiovisual e do Multimédia, onde nunca chegou a exercer funções.

Foi eleito para o Conselho de Opinião da RTP em sessão da Assembleia da República realizada a 2 de Novembro de 2000.

Neste momento, dedica a sua actividade ao ensino universitário de disciplinas cinematográficas, à escrita de crónicas jornalísticas e de argumentos dos seus filmes.

De olhos bem fechados ( de Stanley Kubrick)

O último e arrojado filme de Stanley Kubrick é uma viagem revigorante psico-sexual, uma história de suspense fascinante e um marco nas carreiras de Tom Cruise e Nicole Kidman. Cruise interpreta um médico que mergulha numa aventura erótica após a confissão da esposa (Nicole Kidman) sobre os seus desejos sexuais. Mas esta aventura ameaça o seu casamento – e pode fazê-lo envolver-se inadvertidamente num mistério de homicídio. À medida que a história oscila da dúvida e do medo para a auto-descoberta e a reconciliação, Kubrick mostra ser o maestro de um perfeito renascimento. Cenas impregnadas de graça, cores ricas, imagens que nos deixam boquiabertos. Traços de coragem que tornam Kubrick o realizador de todos os tempos – traços que nos vão deixar de olhos bem abertos.

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O médico e especialista em medicina legal, José Pinto da Costa, é o convidado da iniciativa “Um Livro, Um Filme”, que decorre na próxima sexta-feira, dia 26 de Março, pelas 21h30, no Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide.

A iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Famalicão, através da Casa de Camilo, decorre sempre na última sexta-feira de cada mês, contando com a presença de uma personalidade da sociedade portuguesa, que selecciona e comenta um filme, preferencialmente adaptado de uma obra literária.

José Pinto da Costa escolheu o filme “Million Dollar Baby”, a obra-prima de Clint Eastwood, que foi o grande vencedor dos Óscares em 2004.

Natural do Porto, José Pinto da Costa é licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina do Porto (1959), pós-graduado em Medicina Legal pelo Instituto de Medicina Legal do Porto (1961) e doutorado em Ciências Médicas, área da Medicina Legal, pela Universidade do Porto (1973).

Desempenhou os cargos de professor assistente (1961-1973), professor auxiliar (1974-1979), professor associado (1979-1996) e professor catedrático (1996-2001), na Faculdade de Medicina do Porto. Foi Professor Catedrático Convidado (1979-2002) no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto e professor catedrático convidado (1976-2001) na Universidade Moderna.

Actualmente é professor catedrático convidado na Universidade Portucalense Infante D. Henrique; na CESPU Norte e na Universidade Lusíada do Porto.

Tem mais de trezentos trabalhos científicos realizados na área da medicina legal, psicologia e psiquiatria forenses, na forma de poster, comunicação oral e trabalho científico escrito e publicado no país e no estrangeiro.

Entre outros foi já distinguido com os galardões de Grande Colar de Santa Apolónia (1987), Membro Honorário do Instituto para a Cultura Ciências Jurídica Luso-Brasileiro (1992), Comenda de Honra da Federação Portuguesa de Hóquei (2004), Galardão de Figura de 1998 da Federação Portuguesa de Hóquei (1998), Prémio Mérito Desportivo da Personalidade do ano da Confederação do Desporto de Portugal (2006), Distinção de uma das 100 personalidades da cidade do Porto no século XX (2001).

Fonte: Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

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O auditório da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, foi pequeno acolher as cerca de 150 pessoas que assistiram à sessão “Um Livro, Um Filme”, com o convidado D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que apresentou o filme “Palavra e Utopia”, de Manoel de Oliveira, e do seu protagonista, Padre António Vieira.

Presente na sessão, o director da Casa de Camilo, Aníbal Pinto de Castro, realçou a humanidade, a espiritualidade e a inteligência do Bispo do Porto, recentemente distinguido com o Prémio Pessoa 2009, evidenciando as suas “qualidades morais e intelectuais, as quais tão bem se conjugam com uma simplicidade fora do vulgar e um prazer nato de comunicar e de partilhar. Sempre disponível para o debate, D. Manuel Clemente contraria a imagem do Bispo fechado na redoma: circula de metro pela cidade, cultiva o prazer de estar com os outros e é um frequentador assíduo das livrarias”. O responsável referiu também que “faz de tudo quanto diz uma mensagem de esperança e de fé que se capta facilmente e é sobretudo destinada à gente nova, gente nova que tem uma grande vantagem de poder ouvir e seguir os ensinamentos ao mesmo tempo simples e grandes de D. Manuel Clemente”.

Por sua vez, D. Manuel Clemente disse que o filme “Palavra e Utopia” “é reconhecidamente um dos melhores filmes da cinematografia de Manoel de Oliveira e alude ao Padre António Vieira e ao papel que ele desempenhou numa altura chave da nossa história: o período antes e depois da Restauração de 1640”. “Vieira é uma daquelas personalidades que em si mesmo consubstancia aquilo que nós somos no nosso devir colectivo, ou seja, como Portugal. Há poucas personagens que o possam fazer de uma forma tão rica e tão preenchida”, acrescentou.

Traçando o percurso de vida do Padre António Vieira, desde o seu nascimento em Lisboa, até à sua passagem pelo Brasil, onde se dedicou às missões, o Bispo do Porto destacou ainda os discursos que foram recentemente publicados no livro “Sermões de Roma e outros textos”, com selecção do Padre Manuel Correia Fernandes, Director do Semanário “Voz Portucalense”.

Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

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A escolha do par “Mancha humana” para este exercício reflecte muito mais o gosto que senti ao ler o livro do que um juízo positivo sobre o filme a que ele deu origem. Isto é, gostei muito, mas mesmo muito do livro e, tal como me acontece quase sempre em circunstâncias semelhantes, não apreciei particularmente o filme embora também não possa dizer à
la lusitana que haja sido “uma grande desilusão”.
Estou acompanhado nesta apreciação pelo autor que já mais do que uma vez referiu considerar Human Stain uma das suas melhores obras, em contraste com a classificação de “fraquinho” que atribuiu ao filme. Philip Roth costuma dizer, aliás, que depois do “Goodbye, Columbus” nenhum dos outros filmes feitos a partir dos seus livros atingiu um nível aceitável. Existe assim uma aparente consonância entre escritor e leitor entusiasmado/espectador decepcionado. Não tenho conhecimentos suficientes para discutir as razões desta frequente dissociação para além das habituais generalidades: nível das expectativas, diferenças artísticas, factor surpresa, variabilidade narrativa, “tempos” diferentes, …
Gostei (e continuo a gostar) da maioria dos livros de Philip Roth que li embora confesse que me irrita sempre um bocado aquela certeza de que seja qual for a história ela andará à volta de um jovem judeu nascido na Newark dos anos pós-depressão e/ou do adulto que lhe sucedeu e que Nathan Zuckerman epitomiza desta vez como o narrador-amigo-do-protagonista. Mais recentemente, a tonalidade autobiográfica do jovem judeu heterodoxo entretanto envelhecido tem-nos arrastado com uma violência quase-machista para os problemas da terceira idade que o afligem.
As contrário dos outros livros a Mancha Humana passa-se no presente, num dos períodos mais marcantes da minha geração – a América do fim dos anos noventa – e sem deixar de ser povoado pelos fantasmas habituais do autor, dá vários passos em frente. De entre eles salientaria os que mais influenciaram a minha escolha: uma narrativa exemplar dos EUA e das suas gentes, a raça e o racismo, o politicamente correcto, e a organização do poder, seja académico ou outro. Alguns deles afloram no filme, infelizmente de forma bastante menos conseguida do que no livro.
Porto, 19 de Novembro de 2009
Manuel Sobrinho Simões

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