«Voltou Baltasar da cozinha e disse:
– Lastimo-a, prima Dona Mécia. Não há senão galinha e presunto.
– É o mesmo… – murmurou a menina. – Não haverá um ovo?
– Vou perguntar – disse o das Olarias, e saiu.
– Um ovo! – exclamou o senhor donatário de Alijó.
– Um ovo! Pois a prima cuida que chega amanhã com um ovo! Por isso a menina assim está magra e amarela!
– Amarela! – acudiu ela por sua vaidade beliscada. – Eu não sou amarela, sou branca.
– Mas não ter cor de saúde; a vermelha é que é sangue. Brancos são os ossos e não é bom que eles estejam a descoberto.»
(In O Santo da montanha)