
«As orações em silêncio valem mais às almas dos mortos que os gritos.»
(In Vulcões de lama)
Posted in Extratos da obra, tagged Alma, mortos, oração, silêncio, Vulcões de lama on Novembro 1, 2022| Leave a Comment »
«As orações em silêncio valem mais às almas dos mortos que os gritos.»
(In Vulcões de lama)
Posted in Pensamento da semana, tagged conjeturas, desvarios, formar, insânia, Razão, Vulcões de lama on Fevereiro 2, 2020| Leave a Comment »
«A razão não pode formar conjeturas sobre os desvarios da insânia.»
(In Vulcões de lama)
Posted in Pensamento da semana, tagged doido, permanente, sonhador, Vulcões de lama on Novembro 6, 2016| Leave a Comment »
«Sabe o que é um doido? É um sonhador permanente.»
(In Vulcões de lama)
Posted in Pensamento da semana, tagged cérebro, narcótico, solidão, Vulcões de lama on Agosto 31, 2014| Leave a Comment »
«O mais eficaz narcótico para um cérebro convulsionado é a solidão.»
(In Vulcões de lama)
Posted in Pensamento da semana, tagged amor, cataratas, cego, Dinheiro, Vulcões de lama on Maio 18, 2014| Leave a Comment »
«O amor é cego; mas o dinheiro é um óptimo operador de cataratas».
(In Vulcões de lama)
Posted in Extratos da obra, tagged Estudos, vinganças, Vulcões de lama on Agosto 7, 2012| Leave a Comment »
Com o intento de ressalvar o filho da vingança do João Gaio e esperar que o tempo conjurasse o perigo, pediu Balbina com muitas lágrimas a Roberto que mandasse o Artur para Coimbra, e contou-lhe tudo. «Se ele com poucos estudos já é tão patife que desonrou a prima e não quer casar com ela, que fará quando for doutor?» Esta refutação do analfabeto Roberto Rodrigues é a condenação da instrução primária como inútil para se pensar e exprimir com acerto.
(In Vulcões de Lama)
Posted in Pensamento da semana, tagged cérebro, dores, Lágrimas, Vulcões de lama on Fevereiro 19, 2012| Leave a Comment »
«As lágrimas são o desafogo das dores que vibram o cérebro normal.»
(In Vulcões de Lama)
Posted in Camilo visto por, tagged A brasileira de Prazins, Amor de Salvação, Camilo, Camilo Castelo Branco, Júlio Brandão, Maria da Fonte, Novelas do Minho, O General Carlos Ribeiro, O vinho do Porto, Recordações dum Velho Poeta, Vulcões de lama on Janeiro 29, 2009| Leave a Comment »
Durante os 27 anos que o grande escritor residiu em S. Miguel de Seide, que enriqueceram extraordinariamente a sua obra prodigiosa, – desde o Amor de Salvação, primeiro livro ali escrito, e das Novelas do Minho, até aos volumes da sua última «maneira», Brasileira de Prazins, Maria da Fonte, Vinho do Porto, General Carlos Ribeiro, Vulcões de Lama – Camilo poucos dias permanecia em casa. Sobretudo na última década.
Doente, nevropata, com os sintomas crescentes da cegueira que o prostrou – jornadeava constantemente para o Porto, para Braga, para o Bom Jesus do Monte, para a Póvoa, para Lisboa… Corria todo o país, mas, como grande autóctone, nunca passou as fronteiras. E foi assim que o portentoso homem, de terra em terra (apesar das suas amarguras cruciantes), continuou a armazenar, como fizera sempre, a farta colheita de vocabulário, com que opulentou a língua.
Além do Minho, que considerava «a província mais clássica de Portugal», Camilo ia entesourando em toda a parte – não falando agora da sua estonteante cultura vernácula – os regionalismos, as locuções populares, que aproveitava com bom gosto nos livros, e que lhe davam tanta vez um sabor e uma graça incomparáveis, com zumbidos de abelha em flor silvestre. Ele foi o mais feliz, o mais abundante neologista de termos que respigava no povo, que lhe enfeitiçavam a prosa inconfundível e lhe esmaltavam os diálogos. Nunca desaproveitou a frescura da gleba, tão certo é que as formas nativas da linguagem vêm do povo, que as deixa ao esmeril erudito. Sempre, como já escrevi, por entre os nobres loureiros clássicos, erguem-se nos seus livros os ciprestes românticos e vêem-se lindamente floridos os espinheiros bravos. A par das florações do mais famoso glossário que ainda houve, riem-se as cravinas, o trevo, as madressilvas do povo…
Não veremos, contudo, nas suas obras formas campanudas ou pedantes – de que se riu à farta, em páginas imortais. Foi um milionário com equilíbrio e gosto – que marcou sempre a sua arte de composição literária. Na estética da língua, teremos sempre de contar com o escritor genial, que soube modelar ou cinzelar nas obras, como se fosse em metal ou mármore, a «vera efígie» dum povo. E isto não é pouco: as nações vivem indelevelmente na sua língua escrita, onde lhes fica esculpida a fisionomia, com o seu espírito e os reflexos da sua alma…
Castilho tinha razão quando lhe escrevia: – «Ainda que desaparecessem todos os clássicos, a sua obra ficaria contendo todos os tesouros da língua.» E noutro passo: – «Sim, senhor! é mestre e cem vezes mestre; e de todos os nossos clássicos nenhum há que eu leia com tamanho gosto e aproveitamento.» A tais palavras e a muitas outras de rasgado entusiasmo, responde elegantemente Camilo: «Continua V. Ex.” a ensinar-me português, e diz que lhe enriqueço o seu dicionário. A meu ver, V. Ex.ª não conhece o que é seu: dá-me as jóias, e, quando eu lhas devolvo, entesoura-as em meu nome.»
(In Recordações dum Velho Poeta)